Declaração de CEO do iFood sobre pessoas não cozinharem mais gera preocupações com a saúde pública
Possibilidade de obsolescência da culinária caseira pode impactar negativamente hábitos alimentares e saúde, alerta vice-presidente do Conselho Regional de Nutricionistas 3ª Região
[Publicado em: 24 de fevereiro de 2024]
Em uma recente entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o CEO e dono da empresa iFood, Fabrício Bloisi, disse que
“em 10 anos, ninguém mais vai cozinhar”.
Esta declaração, embora possa ser vista como uma visão voltada para o avanço da tecnologia e dos serviços de entrega de alimentos, traz implicações significativas para os hábitos alimentares e a saúde pública.
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Para a vice-presidente do Conselho Regional de Nutricionistas 3ª Região (CRN-3), Laura Alonso, essa perspectiva comercial levanta sérias preocupações.
“A dependência excessiva de refeições prontas e entregues pode levar a uma dieta menos saudável”, adverte Alonso. “Muitos alimentos preparados para entrega são ricos em calorias, gorduras saturadas, sódio e aditivos, e podem ser carentes de nutrientes essenciais. Isso pode contribuir para o aumento da obesidade, doenças cardíacas, diabetes e outros problemas de saúde associados a dietas pouco saudáveis.”
A falta de envolvimento no preparo das refeições também pode resultar em uma desconexão com os alimentos e uma menor conscientização sobre escolhas alimentares saudáveis, destaca Alonso.
“Em contraste com a visão do dono do iFood, o Guia Alimentar para a População Brasileira incentiva o preparo caseiro de alimentos, o consumo de refeições frescas e minimamente processadas, e ressalta a importância de compartilhar refeições em família”, acrescenta.
De acordo com a nutricionista, é crucial equilibrar a praticidade oferecida pelos serviços de entrega de alimentos com hábitos alimentares saudáveis e conscientes.
“Incentivar o preparo de refeições em casa, promover a educação alimentar e garantir acesso a alimentos frescos e saudáveis são elementos essenciais para melhorar a saúde da população a longo prazo”, salienta Alonso.
O Conselho Regional de Nutricionistas 3ª Região reforça a importância de uma abordagem equilibrada e baseada em evidências científicas em relação às mudanças nos hábitos alimentares da população, visando sempre a promoção da saúde e o bem-estar geral.
Editado por Tersandro Vilela
Fonte: CRN3
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Tendo por pressupostos os direitos à saúde e à alimentação adequada e saudável, o guia é um documento oficial que aborda os princípios e as recomendações de uma alimentação adequada e saudável para a população brasileira, configurando-se como instrumento de apoio às ações de educação alimentar e nutricional no SUS e também em outros setores.
Considerando os múltiplos determinantes das práticas alimentares e, a complexidade e os desafios que envolvem a conformação dos sistemas alimentares atuais, o guia alimentar reforça o compromisso do Ministério da Saúde de contribuir para o desenvolvimento de estratégias para a promoção e a realização do direito humano à alimentação adequada.
Ministério da Saúde
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